Sobre ausências
- clara furbino

- 5 de out. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 7 de out. de 2020
Sua falta ardia tanto no peito que às vezes achava que seria sufocada por ela.
Não é o tipo de ardência que se sente ao jogar um remédio para infecção quando se rala um joelho, ou ao levar um tapa daqueles que deixam as superfície da pele vermelha. É uma ardência que queima. Que de alguma forma, você sente que respirar é um privilégio, mesmo que quase impossível.
Enquanto você esteve fora, eu tinha momentos de incêndio sem precedentes. E, sem respirar, apagá-los estava totalmente fora do meu alcance… eu esperava que das duas opções fosse uma: ou esses incêndios cessariam de forma espontânea, ou eu seria consumida por eles.
Dessa forma, o que me restou foi esperar pelo fim. Da ardência, da queimadura, da dor, da saudade. Eu esperava (e ansiava) pelo momento em que tudo isso não passaria de lembrança, do tipo que se guarda numa caixa no fundo do guarda roupa. E não ser guardada para nunca mais ser notada, mas sim porque a existência dela não cabia mais na minha primeira visão ao me perder em pensamentos.
Continuei esperando, mas esse dia nunca veio, porque o tempo pode tanto curar quanto castigar. O tempo que eu fiquei sem você me colocou em chamas, que talvez nem mesmo a sua volta seja capaz de apagá-las.

que lindo!! amei
incrível.......
Krl, muito bom 😳
Mano........ sem condições, sério
Incrível 🥺